#PASSOUPORAQUI
PRODUÇÕES MUSICAIS E GRAVAÇÕES DO ESTÚDIO CAMELO AZUL.
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ÚLTIMO LANÇAMENTO

POR QUE BOTAFOGO ORIENTAL?
Às barras de areia da enseada de Botafogo se desliza a história de um nobre indivíduo. A história é contada assim: João Pereira de Sousa, chefe de artilharia de um galeão português em 1590 assumiu a propriedade da antiga fazenda de Antônio Francisco Velho.
Essa fazenda, se estendia em suas delimitações até o Caminho do Berquó (hoje General Polidoro), o Caminho de Copacabana (atual Rua da Passagem) e a própria faixa da praia.
João Pereira fora bravo em suas primeiras incursões como navegador na conhecida embarcação, igualmente corajoso, quiçá insano, quando adquiriu o pedacinho de terra. Da embarcação, de nome Botafogo, herdou o apelido, que de seus bigodes marcou a terra e deu nome ao bairro.
Posteriormente, habitado já por ingleses e comerciantes de outro nível social, já com a família imperial dividindo o território carioca com outras histórias igualmente fascinantes, o bairro se modernizou e se estendeu entre os vales da cidade.
João Pereira, o Botafogo, viveu em si a caminhança do mundo, pautou na terra um pouco de sua história, arcou com isso e entregou como herança suas decisões pros que vieram.
Dessa forma de se enxergar o caminhar, o peregrinar, o caravanear pelo mundo que o Camelo - como na sua essência mais animalesca e primitiva, erguendo a hombridade e companheirismo do animal que carrega o mesmo nome - decide registrar uma etapa do bairro, um recorte, fragmento, centelha, centímetro ou verso. Um instante em que estivemos aqui, dividindo com todos os demais que por aqui transitam ou habitam o fazer-se vida no diário, no urbano, no conformado.
E que não por acaso, depois de outros transitares, o Camelo Azul cairia por aqui. Não qualquer Botafogo, mas Botafogo Oriental, o berço do bairro, o pedaço de terra que o provincialismo ainda é um exercício das manhãs entre as grades dos prédios, que as mercearias ainda resistem e que os hipsters marcaram época. O pedaço de terra que sorveteria tem dois andares, padaria só abre após o almoço e Bukowski é descolado e convidativo.
Não por acaso que o Camelo encosta a carcaça fatigada e volumosa nesse chão e nesse fardo. Não por acaso o Camelo vive a irreverência de tentar se achar, nas idas caravanas, nas navegações, ou nas ruas labirínticas. E tentar se achar é um exercício diário que amamos experimentar. Junto desse bairro. E de dentro dele.
Não por acaso Botafogo Oriental é Botafogo Oriental, disso, só de história lhe permite a alcunha.
O Acústico em Botafogo Oriental, realizado pelo Estúdio Camelo Azul e Selo Tuaregue, traz em sua primeira edição, sete jovens artistas apresentando composições próprias em formato canção. Em comum, o fato de todos terem nos atravessado no último ano, cada um a seu modo, porém sempre sensíveis e originalíssimos. São um recorte que nos instiga a querer ir além e conhecer cada vez mais artistas do cenário independente. Se já sentimos de perto o fervor cultural que não é amplamente divulgado nos canais tradicionais de mídia, não nos resta dúvida de que há muito mais a se experimentar. O Acústico em Botafogo Oriental é nossa contribuição, nossa forma de dividir com o mundo aquilo que esses artistas toparam dividir com a gente.
Nathan apresenta duas canções inéditas e mostra mais uma vez sua versatilidade em compor estilos diversos. O cantor possui dois EP's lançados - o último deles é bastante recente: "Oscar, Come to Brasil" apresenta releituras das cinco faixas indicadas ao Oscar de 2019 na categoria Melhor Canção Original. O desafio era aplicar brasilidade às canções. Tuca Mei também apresenta duas músicas inéditas. É possível enxergar ainda a temática das composições presentes em seu último EP "Olhos Atentos", porém nas canções mais recentes, Tuca apresenta novas atmosferas de criação. Possivelmente uma pista do que pode estar por vir em seu próximo trabalho. Gabriel Perelo aposta também em faixa nova. Após seu último lançamento, o single "Nuca", Gabriel apresenta uma delicada canção de melodia e letra potentes. Mattmatize se apresenta pela primeira vez solo. O cantor e instrumentista que faz parte das bandas Contando Bicicletas e Bug Bite, importantes no cenário underground carioca, apresenta uma faixa autoral em inglês com ares de folk, jazz e math rock. A coletânea conta ainda com Jônatas Belgrande, Paula Lom e Le Pastel, que fazem sua estreia. Os dois últimos têm previsão de outros lançamentos pelo selo Tuaregue ainda no primeiro semestre.
Acompanhe o Estúdio Camelo Azul/Selo Tuaregue nas redes sociais e fique por dentro dos lançamentos do Acústico em Botafogo Oriental. Não deixe de seguir também os artistas que fazem parte deste projeto, para conhecer um pouco mais sobre seus trabalhos.
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Botafogo Oriental Geopolítico
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*todos os vídeos serão liberados às Segundas-Feiras e singles às Quintas-Feiras.
**a coletânea será liberada em uma Sexta-Feira.



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